sexta-feira, 10 de abril de 2015

Não muda, não



Se eu quisesse arranjar um marido
Não tinha escolhido de te adorar
Ia ser mais castigo que premio
Um homem boêmio pra eu sustentar
Mas por favor, eu não quero te mudar
Não muda, não
Deixa assim que tá bom, deixa ficar

Eu sozinha na minha cozinha
Esperando a vizinha pra converasr
E você tá desaparecido
Com algum amigo em qualquer bar
Mas por favor, eu não quero te mudar
Não muda, não
Deixa assim que tá bom, deixa ficar

Eu não dou pra essa vida burguesa
E tenho certeza, você também
Eu te quero pro resto da vida 
Mas nessa medida não me convém
Mas por favor, eu não quero te mudar
Não muda, não
Deixa assim que tá bom, deixa ficar

sábado, 4 de abril de 2015

Desabafo de um ser com insônia



Nem sei pra quem eu escrevo ou por que escrevo. Mais fácil dizer que eu estou aproveitando esse momento durante a madrugada, onde por falta de sono preciso encontrar uma maneira de extravasar meus pensamentos. O que sinto agora é uma necessidade muito grande de desapego. É foda quando nos damos conta de que não és quem ele procura, quem ele deseja realmente. Hoje ao acordar em sua cama, me deparei com uma espécie de caderno de viagens e, ao folhear, vi alguns poemas que ele havia escrito. Esses poemas falavam basicamente de um amor pelo qual ele tinha grande carinho, que talvez não fosse correspondido a altura, mas que mesmo assim as lembranças que ele tinha dela o faziam sentir muita a falta de sua presença. A forma como ele expressava os seus sentimentos e dizia gostar de seu sorriso e de seu cheiro. Confesso que ao ler aquilo tudo senti um certo ciúmes que me fez perceber que eu nem chegava perto de ter alcançado isso dele. Já bastava o fato de que as duas noites que passei com ele foram estranhas... nunca havia sonhado tanto com ele e eram sonhos que, ao acordar, me sentia aflita.

Um desses sonhos era como se eu já tivesse ido para minha casa, mas não era onde eu queria estar. Não sabia como havia voltado e desejava estar na casa dele. Quando acordei e olhei que ainda estava ao seu lado na cama, me veio um alívio e, ao mesmo tempo, tristeza. Parecia que meu sonho queria me alertar de que eu não deveria estar mais ali, de que eu não fazia parte do mundo dele e estava sendo apenas uma intrusa. Acordei cabisbaixa, deixei de fazer carinhos nele, como sempre fazia. Pensei eu: "acho que não tem sentido estar dedicando tanto do meu tempo ou do meu carinho para algo assim". Ele tinha escrito em sua parede uma frase que não havia anteriormente e ela dizia: "Essa semana a minha melhor escutada foi o som da sua risada". Como essa frase mexeu comigo, basicamente por que eu sabia que não era eu a quem ele se referia. Eu paro, reflito, repenso, me entristeço. Senti que desses dois dias em que estive com ele, foram uma amostra grátis de que eu não significava nada a ele.

Estava eu e ele, sozinhos em uma festa e nada de ele tomar a iniciativa de me beijar. Tínhamos passado já a primeira noite juntos, por que ele me evitava dessa maneira? O que ele estava esperando? Para que me tratar assim? Eu dei vários indícios de que o queria e mesmo isso parecendo suficiente, eu ainda tentei me aproximar e me encostar sobre seu ombro. Mas o máximo que consegui com isso foi que ele parasse alguns instantes de dançar para me dar breves beijos e, em seguida, voltar a dançar para o nada. Eu estava ali e não deveria estar, por que eu já sei como ele agiria comigo se realmente me desejasse... já senti isso nos primeiros dias em que nos conhecemos, mas não durou o suficiente. Era para ser passageiro, era pra ser temporário e não há nada mais foda do que se sentir rejeitada. A solução mais óbvia que eu posso chegar nesse momento é que eu preciso deixar de vê-lo, evitá-lo ao máximo e não demonstrar o mesmo afeto de antes.. ser indiferente. Já experimentei o suficiente para poder me dar conta de que pessoas sentimentais como eu não sabem lidar com esse tipo de situação, pois nem sempre estarei forte o suficiente para encarar o fato de que não consegui chamar sua atenção da maneira como eu esperava. "Queria me enjoar de você, mas não consigo... o jeito é deixar doer pra ver se sara".

segunda-feira, 9 de março de 2015

Ô Moreno...



Ô Moreno que me aparece assim do nada e me deixa assim, estremecida. Que tempero é esse que tem seu corpo? Não tem como descrever que química é essa que temos entre quatro paredes, talvez seja só comigo... talvez por ser minha primeira vez experimentando algo dessa intensidade e com todo esse sabor de quero mais. Como diz um amigo meu, você é como minha kriptonita... tem esse poder de me amolecer os ombros, de me deixar feito criança buscando mimo, desejando um pouquinho desse doce que é seu beijo. Eu sei que não posso me apegar, eu sei que não posso me acostumar, que eu nunca serei sua pequena ou aquela que faria seu coração bater mais forte toda vez que surge no seu caminho. Apenas nos meus sonhos eu vejo o quanto isso poderia ser perfeito, mas alimentar isso não faz bem. Você me encanta de uma forma que chega a ser injusto todo esse encanto pertencer a ti. Eu não preciso mais dizer que os caracóis de seu cabelo e o sorriso de seu rosto mexem comigo, cativam demais. Me alivia saber que minha paixão por ti esmaeceu um pouco, deixou de ser aquela angústia que me maltratava cada vez que eu descobria que não era comigo que você estava ou queria estar. Sei que sente minha falta, mas não chega nem perto de ser algo que me faça acreditar que realmente gostas de mim. Sei que apenas preencho um espaço, sou um tapa buraco para seus momentos de carência. Alguém que te serve de companhia, mas somente para quando estiveres disposto e desejares isso. E foi esse mesmo jeito de ser cativante que me conquistou de uma hora pra outra, que me fez aprender da pior maneira possível o quanto eu não significava para ti.  Foi de tanto me decepcionar contigo que eu fui capaz de perceber que você não era mais nada além de algo passageiro, que não valia a pena me entregar dessa forma. Infelizmente não, meu moreno. Eu ainda sorrio ao te ver, ainda ficou a mercê de seus convites, mas já não é mais a mesma coisa. Já sei que contigo tudo se limitará a alguns encontros casuais, a trocas de carinho e sorrisos, de afagos no meio da noite, mas apenas isso, pois se caso eu ousar ir mais fundo, posso acabar saindo sufocada com sua indiferença. Amo lhe dar carinho, te encher de beijos, fazer desenho de seu rosto com meus dedos... coisas que eu não consigo evitar, pois sou assim. Estou aproveitando esse momento, querendo extrair o máximo que posso desse sentimento tão desiludido. Uma hora sei que irei cansar, que irei inventar desculpas para não aceitar seus convites... que irei te cumprimentar apenas de longe. Menino do sorriso, do olhar de criança arteira... eu um dia não estarei mais tão presente assim.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sem essa de fazer de mim o que quiser


Você não ligou. Nem depois do primeiro encontro, nem depois do último. Não que eu achasse que fosse ser a exceção que eu sempre sonhei, mas eu depositei uma certa esperança em você. Eu quase nem fiquei perto do celular, quase nem dei mil pulos cada vez que o telefone tocava, quase nem deixei de fazer as minhas coisas porque você aparecia nos meus pensamentos. Você não ligou e eu tentei me convencer de que isso não era nada demais.
Você achou que podia fazer de mim o que quisesse. O ridículo é que podia. Eu deixava que você fosse e voltasse quando bem entendesse. Eu deixava que procurasse coisa melhor, e aí corresse ao meu encontro quando não esbarrava com nada melhor por aí. Acho que é coisa de gente que não se dá o devido valor, mas eu era boba de te esperar mesmo sabendo que você só me tinha por pura diversão.
Eu levava pequenos sustos quando você aparecia do nada. E ria como uma boba. Eu achei que podia te convencer de que era eu. Era eu, você só precisava ver. E aí você sumia e eu perdia as esperanças de novo. Até você voltar com aquele seu sorriso lindo e eu me deixava enganar outra vez. Porque, muitas vezes, a gente sabe que está sendo enganada, por incrível que possa parecer. É que às vezes a gente deixa.
Quando eu te conheci, eu tive quase certeza de que era você. Sabe, aquela velha história, a gente sempre acha que sabe quando conhece o tal do cara certo. Paixonite aguda, minha mãe iria dizer. Eu fingia que não via que você era igualzinho a todos os outros que já tinham passado por aqui. Eu fingia que não via que me usava como um “step”, só para garantir que nunca iria ficar sozinho. Meu carinho sempre te serviu apenas pra inflacionar o ego. Mais nada.
Outro cara surgiu nesse meio tempo. Um cara que ligou após o primeiro encontro. E muitas outras vezes também. Um cara com um sorriso ainda mais lindo do que o seu. Um cara que não me via só como mais uma diversão. Alguém que me ensinou que existe uma enorme diferença entre um cara que gosta de você e um cara que gosta do fato de você ser louca por ele. A linha nada tênue entre quem merece o seu amor e quem merece o seu desprezo.
Eu estou indo ao trabalho e meu celular toca. Eu acho que é ele. Aí abro um sorriso enorme. É só você. Das outras tantas vezes que eu esperei, você não apareceu. Você me chama para sair e eu recuso. Fica chocado ao perceber que eu não vou mais estar aqui a sua disposição. E eu desligo e sorrio. Deleto seu número da minha agenda e decido que não quero te ver nem pintado de ouro. Porque eu podia ser a boba que estava sempre aqui quando você queria, mas idiota eu não sou. Idiota é você.

Karine Rosa

Texto retirado do blog: suspiros e desatinos

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma rede de mudança

         


       Com todo esse caos gerado pela Copa de 2014, pelas passagens de ônibus, pelo transporte público de Porto Alegre e outras tantas questões que tem estado e estão afetando o cotidiano de nós brasileiros e que provocam tantas reclamações, eu de certa forma começo a ver um outro lado de toda essa história. Ao invés de cair no sono como sempre faço logo depois de passar a noite inteira acordada, minha cabeça começou a se encher de vários pensamentos. Enquanto assistia o jornal da manhã, comecei a criar um certo sentimento de orgulho diante das tantas mobilizações que vem acontecendo em diversos pontos do Brasil, mais precisamente da região em que moro, pois é por onde as notícias estão mais quentes na minha cabeça ultimamente. 

         Primeiramente me chamou a atenção os movimentos de protesto contra os cortes de árvores na região perto do Gasômetro de Porto Alegre e que serão feitos devido a Copa que está a caminho (e sua necessidade desordenada de se urbanizar rapidamente). Os ativistas que já haviam permanecido numa outra mobilização no ano passado pelo mesmo motivo, fizeram no início desse mês uma manifestação em prol da qualidade de vida e carregaram mensagens como "Quantas copas por uma copa". Uma manifestação pacífica, bonita e significativa... isso realmente me toca e me faz reacender a esperança de viver numa cidade/país que as vezes parece tão sem rumo, tão sem futuro. Os que estavam/estão lá são motivo de orgulho para todos nós, pois é o nosso futuro que está em "jogo", não a copa! 

        Além disso, também vi o movimento de união e persistência iniciado pelos rodoviários que, desde o fim de fevereiro deste ano, ignoraram o pedido feito pela justiça para promover uma greve mais leviana (com ônibus circulando em horários de pico, apenas) e bateram de frente contra os empresários. Eles (rodoviários) não buscam o aumento da passagem de ônibus, o quê eles querem é o aumento de seus direitos(1) e isso afeta diretamente (é claro!) os empresários, que visam o lucro e fazem questão de colocar a população irritada e estressada com a falta de ônibus - e a ajuda da mídia - contra eles. Enquanto isso, ao lado deles aparece os mesmos manifestantes que lutaram ano passado pela diminuição do preço da passagem de ônibus em Porto Alegre, denominados agora de Bloco de Lutas e que se juntaram ontem em frente a prefeitura para mostrar a sua insatisfação diante da Copa, críticas ao prefeito da cidade, Jose Fortunati, e as empresas de ônibus. Foram em torno de 1500 pessoas, num período que, vale a pena lembrar, faz um calor que não é visto a décadas e os meios de locomoção são praticamente escassos. Mesmo havendo certos pontos isolados em que ocorreram princípios de vandalismo, a manifestação ocorreu de forma tranquila e foi finalizar justamente no Gasômetro, demonstrando simbolicamente o apoio aos ativistas que foram falados inicialmente aqui. 

     Por fim, o que eu vi era um espécie de rede de mudança e de união se formando, eram reivindicações diferentes, porém que juntas promoviam mais força. Isso me comoveu e me fez ver que nem tudo está tão terrível assim. Está calor? sim. Não há ônibus? sim. Ainda tem injustiça? sim. Está tudo perdido? Pelo visto, não!

(1) "As principais reivindicações da categoria são a redução da carga horária para seis horas diárias, o aumento do vale-refeição para R$ 20 por dia, reajuste salarial de 14%, o fim do banco de horas e a manutenção do plano de saúde, sem desconto no salário.  A única proposta aceita foi a do vale-alimentação a R$ 19. Os demais itens da proposta patronal foram rejeitados." (AGÊNCIA BRASIL, 2014)

Links de referências: 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

17 de junho: Um novo começo para o Brasil


     
     


        Essa data marca o despertar da consciência brasileira da necessidade se manifestar e lutar por seus direitos diante de um governo que já não mais os satisfaz. O estopim se deu mais precisamente após uma manifestação ocorrida na cidade de Porto Alegre, durante o mês de maio, em decorrência do aumento do valor das passagens de ônibus na capital em 0,20 centavos. O povo em si não aceitou essa imposição tendo em vista que o transporte público continuava precário e isso não justificava tal aumento. Quando os manifestantes resolveram ir para as ruas, em um número significativamente grande em direção ao centro da capital, foram surpreendidos com um alto grau de repressão por parte das Tropas de Força do governo que repudiaram o movimento de forma bastante agressiva. Com o auxílio das redes sociais esse acontecimento tomou conscientização das massas, as pessoas começaram a se questionar do porquê de tanta violência já que os que ali estavam exerciam apenas seu direito de se manifestar. Com isso, a mídia passou a dar mais atenção para esses movimentos, principalmente por que depois desse, outros ainda maiores começaram a surgir. Dias depois, o próprio Prefeito José Fortunatti resolveu acatar a essas reivindicações e cancelar o aumento até então feito sobre o valor das passagens. Seria um ponto final desta questão, porém o que antes era um simples protesto contra o aumento das passagens acabou tomando proporções gigantescas. Cidades como São Paulo, ao passar por essa mesma situação, foram as ruas com cerca de 180 mil pessoas confirmadas através de um evento criado pelo Facebook.

    São Paulo -SP - 17/06/13

        Com a repercussão gerada pelos movimentos que ocorreram nas principais capitais do país no dia 17 de junho de 2013 e pelos escandalosos atos de violência e repressão evidenciados na atuação das forças armadas, um senso de indignação generalizado começou a tomar conta do país inteiro e tornou esse dia um marco histórico para a nossa sociedade, pois desencadeou uma série de outros movimentos por diversas cidades de norte a sul do Brasil.  Fomos capaz de mostrar a nossa força de mobilização de uma maneira nunca vista antes nas mesmas proporções e não iremos parar de crescer. A noção de cidadania passou a vigorar e mesmo aqueles que não sabiam ao certo o que estavam fazendo ali  durante os movimentos, acabavam sendo bombardeados por uma série de informações que, de uma forma natural e gradativa, tornavam as pessoas conscientes da bolha de manipulação pela qual estavam inseridas.Dessa forma, querendo ou não, todos os que estavam presentes nesses movimentos contribuíram e estão contribuindo para a disseminação dessa nova etapa de reconstrução do país. O gigante acordou e com ele novas demandas estão sendo manifestadas, não é apenas pelos 20 centavos... é pela falta de uma saúde decente, de uma educação de qualidade, de um transporte público digno, de uma governo que realmente nos represente. Somos a geração do Facebook, mas a mesma capaz de sair de sua zona de conforto e ir #prarua lutar por uma nação melhor, somos e seremos os responsáveis pela mudança.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Diminuição da maioridade penal

         

         Depois de tanto tempo sem passar aqui, nem vou tentar perder vosso tempo para me justificar. Acabei de ver uma postagem pelo Facebook, que já estava até então um pouco "abafada" e que veio a tona novamente com um caso de estupro que envolveu um jovem de 16 anos e a vítima dentro de um ônibus no RJ. A questão que voltou a tona foi a da diminuição da "maioridade penal" de 18 para 16 anos que, desde o começo deste ano, virou motivo de apelo pelo sociedade. Eu não tenho tanto apreço por assuntos polêmicos como este, pois vejo que as justificativas se perdem no meio de tantos fatos isolados e sem sentido. Mas enfim, logo que vi essa questão reaparecer me senti no direito de expressar um ponto de vista contrário a da maioria que concorda com essa drástica alternativa. A minha opinião é de que não é sensato achar que o simples fato de diminuir a maioridade penal para 16, vai solucionar o problema da impunidade aos jovens criminosos. Convenhamos que cadeia não é lugar de se educar ninguém e querer colocar um jovem num lugar como esse com o objetivo de se fazer justiça, só vai piorar a sua condição futuramente e, pior ainda, criar um adulto muito mais perigoso.
          Tentem esquecer por um instante do crime que determinado jovem cometeu e passem a pensar nas condições que o levaram a isso: pobreza, desespero, ignorância e falta de perspectivas melhores aliadas a única e muita vezes fácil alternativa de se optar pelo mundo do crime. Agora imaginem esse mesmo jovem sendo condenado a passar 5 e poucos anos na cadeia e conviver com outros tantos marginais e doentes que, durante todo o seu período lá, serão sua única referência e companhia. Depois disso, reflitam... esse jovem terá outra visão de mundo e será capaz de melhorar como pessoa ou não pensará duas vezes em se enredar novamente na criminalidade? Sabemos de que há casos de presidiários que uma vez na cadeia e libertos de lá, se condicionam a melhorarem suas vidas para nunca mais ter que retornar. Só que a questão aqui é muito mais delicada, pois não estamos falando de um adulto de fato e sim de um ser ainda em formação, com uma mente fragilizada e suscetível ao erro. A solução não é o que devemos fazer com os jovens de hoje e sim o que temos que fazer com os que estão vindo agora. A cadeia é o último recurso pelo qual nós devemos recorrer,  pois se investirmos numa educação melhor... não concordam que dificilmente encontraremos crianças e jovens infratores? Não estou querendo justificar que não se deva haver justiça nestes casos, mas precisamos e temos que fazer pesos e medidas...
          Se for mesmo aceito a maioridade penal para 16, mais fácil para os políticos.. mais perigoso para nós! Afinal, o que são uns presidiários a mais numa cadeia superlotada (além de outros tantos "benefícios") contra o investimento na infraestrutura educacional? Agrada mais ao povo ver a impunidade sendo paga do que a mudança sendo feita, pois mudança leva tempo e como não é algo que se vê, também não gera voto. Estamos querendo concertar o erro pelos ramos de sua árvore e não pelo solo de sua raiz, com isso o máximo que conseguiremos é podar e embelezar os erros e gerar frutos sem valor. Tudo isso por que a raiz continua sendo alimentada pelo mesmo solo ruim. Acorda Brasil, estamos indo pelo caminho errado!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Armadilhas da mente e do ego




Temos todo o direito (e na verdade, a obrigação) de perseguirmos aquilo que nos faz feliz.  O que temos que ter é apenas cuidado para não cairmos na armadilha da mente e do ego. Ao menosprezarmos aquele que amamos e que nos ama em troca da euforia do início, estamos, relacionamento após relacionamento, desperdiçando a chance de viver relações profundas e significativas. E então, é possível constatar que não amamos o outro – amamos em primeiro lugar o nosso ego. Não conseguimos resistir à tentação do jogo da conquista, do flerte, do nosso poder de dominarmos as pessoas. Enganados pelas peripécias da mente, dispensamos nossos amores por acharmos que o que tem lá fora é sempre mais interessante.

O irônico é que o jogo de conquistas, assim como o amor quentinho, também cansa uma hora.  E então começamos a lembrar de como era bom ter um cúmplice do lado. De como aquela conchinha era acolhedora. De como o sexo com intimidade era gostoso. De como as conversas eram enriquecedoras. De como o café da manhã compartilhado tinha mais sabor. De como era bom ter alguém pra quem ligar pra contar as notícias boas e as nem tanto. E, adivinha? Saímos mais uma vez em busca daquilo que não temos.

As paixonites já não nos satisfazem mais. Queremos alguém pra chamar de nosso. Nos cansamos dos joguinhos, da insegurança, de não saber o que passa pela cabeça do outro, das baladas, das pessoas que somem sem motivo, dos casos que não dão em nada, dos sexos frígidos. E então, nossa meta passa a ser buscar alguém com quem dividir a cama e a vida. De novo.

O lado bom é que temos o poder de escolha. Quando entendemos que é o amor, e não as manipulações ou as máscaras,  o remédio pra todos os males do mundo, então podemos  nos permitir amar. Sem ansiedade. Sem siricutico. Sem achar que o que dura muito é ruim. Sem a angústia de querer um prato novo em cada refeição. Quando aprendemos a usufruir da calmaria do amor,  nos desalienamos e conseguimos enxergar por trás da névoa perigosa do ego – só então somos finalmente capazes de sair desse ciclo vicioso de amores e dores. E só então podemos ter o prazer de usufruir da única coisa real que temos na vida – o agora.