sexta-feira, 21 de junho de 2013

17 de junho: Um novo começo para o Brasil


     
     


        Essa data marca o despertar da consciência brasileira da necessidade se manifestar e lutar por seus direitos diante de um governo que já não mais os satisfaz. O estopim se deu mais precisamente após uma manifestação ocorrida na cidade de Porto Alegre, durante o mês de maio, em decorrência do aumento do valor das passagens de ônibus na capital em 0,20 centavos. O povo em si não aceitou essa imposição tendo em vista que o transporte público continuava precário e isso não justificava tal aumento. Quando os manifestantes resolveram ir para as ruas, em um número significativamente grande em direção ao centro da capital, foram surpreendidos com um alto grau de repressão por parte das Tropas de Força do governo que repudiaram o movimento de forma bastante agressiva. Com o auxílio das redes sociais esse acontecimento tomou conscientização das massas, as pessoas começaram a se questionar do porquê de tanta violência já que os que ali estavam exerciam apenas seu direito de se manifestar. Com isso, a mídia passou a dar mais atenção para esses movimentos, principalmente por que depois desse, outros ainda maiores começaram a surgir. Dias depois, o próprio Prefeito José Fortunatti resolveu acatar a essas reivindicações e cancelar o aumento até então feito sobre o valor das passagens. Seria um ponto final desta questão, porém o que antes era um simples protesto contra o aumento das passagens acabou tomando proporções gigantescas. Cidades como São Paulo, ao passar por essa mesma situação, foram as ruas com cerca de 180 mil pessoas confirmadas através de um evento criado pelo Facebook.

    São Paulo -SP - 17/06/13

        Com a repercussão gerada pelos movimentos que ocorreram nas principais capitais do país no dia 17 de junho de 2013 e pelos escandalosos atos de violência e repressão evidenciados na atuação das forças armadas, um senso de indignação generalizado começou a tomar conta do país inteiro e tornou esse dia um marco histórico para a nossa sociedade, pois desencadeou uma série de outros movimentos por diversas cidades de norte a sul do Brasil.  Fomos capaz de mostrar a nossa força de mobilização de uma maneira nunca vista antes nas mesmas proporções e não iremos parar de crescer. A noção de cidadania passou a vigorar e mesmo aqueles que não sabiam ao certo o que estavam fazendo ali  durante os movimentos, acabavam sendo bombardeados por uma série de informações que, de uma forma natural e gradativa, tornavam as pessoas conscientes da bolha de manipulação pela qual estavam inseridas.Dessa forma, querendo ou não, todos os que estavam presentes nesses movimentos contribuíram e estão contribuindo para a disseminação dessa nova etapa de reconstrução do país. O gigante acordou e com ele novas demandas estão sendo manifestadas, não é apenas pelos 20 centavos... é pela falta de uma saúde decente, de uma educação de qualidade, de um transporte público digno, de uma governo que realmente nos represente. Somos a geração do Facebook, mas a mesma capaz de sair de sua zona de conforto e ir #prarua lutar por uma nação melhor, somos e seremos os responsáveis pela mudança.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Diminuição da maioridade penal

         

         Depois de tanto tempo sem passar aqui, nem vou tentar perder vosso tempo para me justificar. Acabei de ver uma postagem pelo Facebook, que já estava até então um pouco "abafada" e que veio a tona novamente com um caso de estupro que envolveu um jovem de 16 anos e a vítima dentro de um ônibus no RJ. A questão que voltou a tona foi a da diminuição da "maioridade penal" de 18 para 16 anos que, desde o começo deste ano, virou motivo de apelo pelo sociedade. Eu não tenho tanto apreço por assuntos polêmicos como este, pois vejo que as justificativas se perdem no meio de tantos fatos isolados e sem sentido. Mas enfim, logo que vi essa questão reaparecer me senti no direito de expressar um ponto de vista contrário a da maioria que concorda com essa drástica alternativa. A minha opinião é de que não é sensato achar que o simples fato de diminuir a maioridade penal para 16, vai solucionar o problema da impunidade aos jovens criminosos. Convenhamos que cadeia não é lugar de se educar ninguém e querer colocar um jovem num lugar como esse com o objetivo de se fazer justiça, só vai piorar a sua condição futuramente e, pior ainda, criar um adulto muito mais perigoso.
          Tentem esquecer por um instante do crime que determinado jovem cometeu e passem a pensar nas condições que o levaram a isso: pobreza, desespero, ignorância e falta de perspectivas melhores aliadas a única e muita vezes fácil alternativa de se optar pelo mundo do crime. Agora imaginem esse mesmo jovem sendo condenado a passar 5 e poucos anos na cadeia e conviver com outros tantos marginais e doentes que, durante todo o seu período lá, serão sua única referência e companhia. Depois disso, reflitam... esse jovem terá outra visão de mundo e será capaz de melhorar como pessoa ou não pensará duas vezes em se enredar novamente na criminalidade? Sabemos de que há casos de presidiários que uma vez na cadeia e libertos de lá, se condicionam a melhorarem suas vidas para nunca mais ter que retornar. Só que a questão aqui é muito mais delicada, pois não estamos falando de um adulto de fato e sim de um ser ainda em formação, com uma mente fragilizada e suscetível ao erro. A solução não é o que devemos fazer com os jovens de hoje e sim o que temos que fazer com os que estão vindo agora. A cadeia é o último recurso pelo qual nós devemos recorrer,  pois se investirmos numa educação melhor... não concordam que dificilmente encontraremos crianças e jovens infratores? Não estou querendo justificar que não se deva haver justiça nestes casos, mas precisamos e temos que fazer pesos e medidas...
          Se for mesmo aceito a maioridade penal para 16, mais fácil para os políticos.. mais perigoso para nós! Afinal, o que são uns presidiários a mais numa cadeia superlotada (além de outros tantos "benefícios") contra o investimento na infraestrutura educacional? Agrada mais ao povo ver a impunidade sendo paga do que a mudança sendo feita, pois mudança leva tempo e como não é algo que se vê, também não gera voto. Estamos querendo concertar o erro pelos ramos de sua árvore e não pelo solo de sua raiz, com isso o máximo que conseguiremos é podar e embelezar os erros e gerar frutos sem valor. Tudo isso por que a raiz continua sendo alimentada pelo mesmo solo ruim. Acorda Brasil, estamos indo pelo caminho errado!