segunda-feira, 9 de março de 2015

Ô Moreno...



Ô Moreno que me aparece assim do nada e me deixa assim, estremecida. Que tempero é esse que tem seu corpo? Não tem como descrever que química é essa que temos entre quatro paredes, talvez seja só comigo... talvez por ser minha primeira vez experimentando algo dessa intensidade e com todo esse sabor de quero mais. Como diz um amigo meu, você é como minha kriptonita... tem esse poder de me amolecer os ombros, de me deixar feito criança buscando mimo, desejando um pouquinho desse doce que é seu beijo. Eu sei que não posso me apegar, eu sei que não posso me acostumar, que eu nunca serei sua pequena ou aquela que faria seu coração bater mais forte toda vez que surge no seu caminho. Apenas nos meus sonhos eu vejo o quanto isso poderia ser perfeito, mas alimentar isso não faz bem. Você me encanta de uma forma que chega a ser injusto todo esse encanto pertencer a ti. Eu não preciso mais dizer que os caracóis de seu cabelo e o sorriso de seu rosto mexem comigo, cativam demais. Me alivia saber que minha paixão por ti esmaeceu um pouco, deixou de ser aquela angústia que me maltratava cada vez que eu descobria que não era comigo que você estava ou queria estar. Sei que sente minha falta, mas não chega nem perto de ser algo que me faça acreditar que realmente gostas de mim. Sei que apenas preencho um espaço, sou um tapa buraco para seus momentos de carência. Alguém que te serve de companhia, mas somente para quando estiveres disposto e desejares isso. E foi esse mesmo jeito de ser cativante que me conquistou de uma hora pra outra, que me fez aprender da pior maneira possível o quanto eu não significava para ti.  Foi de tanto me decepcionar contigo que eu fui capaz de perceber que você não era mais nada além de algo passageiro, que não valia a pena me entregar dessa forma. Infelizmente não, meu moreno. Eu ainda sorrio ao te ver, ainda ficou a mercê de seus convites, mas já não é mais a mesma coisa. Já sei que contigo tudo se limitará a alguns encontros casuais, a trocas de carinho e sorrisos, de afagos no meio da noite, mas apenas isso, pois se caso eu ousar ir mais fundo, posso acabar saindo sufocada com sua indiferença. Amo lhe dar carinho, te encher de beijos, fazer desenho de seu rosto com meus dedos... coisas que eu não consigo evitar, pois sou assim. Estou aproveitando esse momento, querendo extrair o máximo que posso desse sentimento tão desiludido. Uma hora sei que irei cansar, que irei inventar desculpas para não aceitar seus convites... que irei te cumprimentar apenas de longe. Menino do sorriso, do olhar de criança arteira... eu um dia não estarei mais tão presente assim.