sábado, 4 de abril de 2015

Desabafo de um ser com insônia



Nem sei pra quem eu escrevo ou por que escrevo. Mais fácil dizer que eu estou aproveitando esse momento durante a madrugada, onde por falta de sono preciso encontrar uma maneira de extravasar meus pensamentos. O que sinto agora é uma necessidade muito grande de desapego. É foda quando nos damos conta de que não és quem ele procura, quem ele deseja realmente. Hoje ao acordar em sua cama, me deparei com uma espécie de caderno de viagens e, ao folhear, vi alguns poemas que ele havia escrito. Esses poemas falavam basicamente de um amor pelo qual ele tinha grande carinho, que talvez não fosse correspondido a altura, mas que mesmo assim as lembranças que ele tinha dela o faziam sentir muita a falta de sua presença. A forma como ele expressava os seus sentimentos e dizia gostar de seu sorriso e de seu cheiro. Confesso que ao ler aquilo tudo senti um certo ciúmes que me fez perceber que eu nem chegava perto de ter alcançado isso dele. Já bastava o fato de que as duas noites que passei com ele foram estranhas... nunca havia sonhado tanto com ele e eram sonhos que, ao acordar, me sentia aflita.

Um desses sonhos era como se eu já tivesse ido para minha casa, mas não era onde eu queria estar. Não sabia como havia voltado e desejava estar na casa dele. Quando acordei e olhei que ainda estava ao seu lado na cama, me veio um alívio e, ao mesmo tempo, tristeza. Parecia que meu sonho queria me alertar de que eu não deveria estar mais ali, de que eu não fazia parte do mundo dele e estava sendo apenas uma intrusa. Acordei cabisbaixa, deixei de fazer carinhos nele, como sempre fazia. Pensei eu: "acho que não tem sentido estar dedicando tanto do meu tempo ou do meu carinho para algo assim". Ele tinha escrito em sua parede uma frase que não havia anteriormente e ela dizia: "Essa semana a minha melhor escutada foi o som da sua risada". Como essa frase mexeu comigo, basicamente por que eu sabia que não era eu a quem ele se referia. Eu paro, reflito, repenso, me entristeço. Senti que desses dois dias em que estive com ele, foram uma amostra grátis de que eu não significava nada a ele.

Estava eu e ele, sozinhos em uma festa e nada de ele tomar a iniciativa de me beijar. Tínhamos passado já a primeira noite juntos, por que ele me evitava dessa maneira? O que ele estava esperando? Para que me tratar assim? Eu dei vários indícios de que o queria e mesmo isso parecendo suficiente, eu ainda tentei me aproximar e me encostar sobre seu ombro. Mas o máximo que consegui com isso foi que ele parasse alguns instantes de dançar para me dar breves beijos e, em seguida, voltar a dançar para o nada. Eu estava ali e não deveria estar, por que eu já sei como ele agiria comigo se realmente me desejasse... já senti isso nos primeiros dias em que nos conhecemos, mas não durou o suficiente. Era para ser passageiro, era pra ser temporário e não há nada mais foda do que se sentir rejeitada. A solução mais óbvia que eu posso chegar nesse momento é que eu preciso deixar de vê-lo, evitá-lo ao máximo e não demonstrar o mesmo afeto de antes.. ser indiferente. Já experimentei o suficiente para poder me dar conta de que pessoas sentimentais como eu não sabem lidar com esse tipo de situação, pois nem sempre estarei forte o suficiente para encarar o fato de que não consegui chamar sua atenção da maneira como eu esperava. "Queria me enjoar de você, mas não consigo... o jeito é deixar doer pra ver se sara".

Um comentário:

  1. Nossa, me deu um nó na garganta! De onde vem essa inspiração?

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